Amada igreja,
Que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo inunde cada coração aí reunido. Escrevo-vos com os olhos marejados de alegria e o coração pulsando forte — não de medo, mas de certeza: Deus está vivo entre nós.
Estou numa região distante, onde as estradas são de terra vermelha, os dias são quentes e as noites, silenciosas. Aqui, as pessoas não têm muito — nem luz elétrica, nem água potável — mas carregam em si uma sede de algo maior, uma sede de eternidade.
Lembro-me de uma menina chamada Ana. Ela tem apenas 9 anos, mas seus olhos brilham como estrelas. No nosso primeiro encontro, ela me perguntou com sinceridade:
— “Missionário, quem é esse Jesus que faz sorrir as pessoas tristes?”
Fiquei sem palavras por um momento. Não por não saber o que dizer, mas por sentir a grandeza daquela pergunta. Começamos um pequeno grupo de estudo bíblico debaixo de uma árvore. Ana vinha todos os dias, acompanhada de outras crianças. O que começou como um encontro com meia dúzia de pequenos, tornou-se um culto com mais de 50 pessoas.
As pessoas começaram a cantar, mesmo sem conhecer bem os hinos. Cantavam com o coração. Uma senhora disse:
— “Eu não sabia ler, mas agora leio a Bíblia devagarinho… e choro.”
Querida igreja, vocês conseguem ouvir o som da esperança? É o som de uma mãe orando pela primeira vez. É o som de uma fogueira onde se contam histórias de um Salvador que andou entre nós. É o som de risos libertos do medo. É o som da Palavra sendo plantada em solo fértil.
Nem sempre é fácil. Já adoecemos. Já choramos. Já fomos perseguidos. Mas nunca estivemos sozinhos. Jesus está aqui. E Ele continua salvando.
Se eu pudesse pedir algo a vocês hoje, não seria dinheiro. Seria que vocês nunca percam esse fogo missionário. O mundo está cansado de ouvir palavras sem vida, mas está sedento por testemunhas que vivam o Evangelho com coragem e ternura.
O que fazemos aqui é só uma extensão do que começa aí, com suas orações, suas vigílias, seu amor por missões. Obrigado por serem parte dessa obra.